sábado, 26 de novembro de 2011

"Que seja eterno enquanto dure"

  Duas semanas! Durou duas semanas o meu romance amador. Começou tão forte, decisivo, me passando a certeza que dessa vez ia. E não foi! Mas, o calafrio e os suores nas mãos ainda me dominam quando o vejo; quem sabe não foi desta vez, mas da próxima vai ou talvez vai só pra mim. Quem vai saber? Eu, eu preciso saber.
      Todas as vezes  que os meus romances não duram , dura pra mim entender que aconteceu porque estou sempre a esperar pelas durações eternas e elas nem sempre acontecem. Mas, por que o meu amor de duas semanas não foi eterno? Ele não era amor como qualquer outro? Está bem! Duas semanas são um pra sempre muito curto para ser eterno. Mas só eu e ele sabemos como essas semanas demoraram para passar; como esses 14 dias se transformavam em eternos a medida que um novo dia nascia.
       Foram 14 dias conhecendo uma pessoa, amando um amor. Existem pessoas que perdem anos da vida para descobrir que não conhecem, que não amam. Eu ganhei duas semanas com ele e ele ganhou a vida inteira comigo! Só falta ele vir me buscar.
       É claro que já pensei nisto! Eu sei que posso amanhã mesmo cruzar com uma pessoa em qualquer lugar e depois disso nem me lembrar do meu amor de 14 dias. Mas a vida é assim mesmo. Saio todos os dias para me enlouquecer de desejo por alguém, ás vezes até por algumas coisas. Caso eu me esqueça desse meu amor, que até pouco me entreguei inteira na duração dos meus dias, é porque a cada novo amor uma nova vida e os meus dias estariam prometidos ao novo amor.
      Entenda que a minha vida está constantemente pulando de mãos em mãos a procura de um só coração. Por que durar mais de duas semanas? Se a minha vida encontrasse repouso nesse coração o que seria dos outros? O que seria de mim sem os outros? Ao viajar em conhecer o corpo inteiro, os gestos únicos; aposto comigo mesma onde há de estar o destinado coração. E, se por acaso, eu passar por ele despercebida. Sem problemas! Eu volto, me recupero, o recupero e ganho a aposta. Afinal, o que são duas semanas para quem tem uma vida inteira para (se) entregar?
  

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Eu lhe perdoo a tolice.

   Hoje presenciei uma cena atípica. Vi um beija-flor encantado por uma lâmpada acesa; tão encantado a ponto de quase perder a cabeça por ela.
   O mais natural seria ele se encantar por uma flor, mas não, ele estava apaixonado pela lâmpada, estava quase a morrer de amores por ela. Se não morresse de amores, iria morrer de dores de tanto que bateu cabeça.
   Mas, o mais engraçado aconteceu quando as luzes foram apagadas que o beija-flor sem saber onde sua desejada se encontrava gastou todas as suas energias a procurando por todos os cantos e espaços daquele teto. E depois caiu. Caiu atrás da porta fatigado por ter perdido o seu amor. Caiu achando que ela com dó dele retornaria em presença luminosa.
   Eu observava tudo com dois homens; um desses homens seguiu em direção ao pobre beija-flor com o cuidado das flores desprezadas por este e o apanhou delicadamente em suas mãos e o entregou a natureza; como quem diz: "Voa! Eu lhe perdoo a tolice".
   Acho que tenho um pouco desse beija-flor; a teimosia do querer não permite que eu fuja do meu desenganado amor. Acho que sou total esse beija-flor pois vivo a bater a cabeça, vivo para morrer de amores.
   Mas não encontro mais forças em mim nem em meu amor, não possuo mais forças para insistir sofrendo da cabeça e matando o coração. Para que eu me torne de fato um beija-flor falta que eu voe e falta quem me perdoe a tolice.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Eu o quero em toda parte

Meus olhos o procuraram por toda parte
Eles o queriam muito
Minha boca também
Assim como meus pés, meu pescoço
meu seio, meus cabelos
Não enxerguei outro rosto
que não fosse o do meu garoto
Não desejei outro olhar
que não pudesse me arrancar as roupas
uma a uma apreciando minha nudez
Não imaginei outros pés
que aquecessem os meus
Até ficarem molhados de suor
Não me arrepiei com outra boca
que molhasse meu pescoço
que me banhasse de paixão
Não quis outro corpo
que acelerasse meu coração
ao colar no meu seio
Não inventei outras mãos
que passassem nos meus cabelos
e ao tocar minha pele
despertasse o tesão.
Meus olhos o procuram por toda parte
Eles o querem muito
Minha boca também
Assim como meus pés, meu pescoço
meu seio. meus cabelos.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Eu quero o mar com você

Tão perto e tão longe
Me faz mal e é a minha salvação
Depois de um encontro
tantos desencontros
Depois dos beijos
só há espaço para os desejos
Tanto brilho nos olhos
e tão opaco o coração
Eu sou o sol e você, a tempestade
Para você é um momento
para mim, eternidade
É o amor da minha vida
Para você mais um amor
Eu quero você e o mar
Você quer o mar e o mundo
Pelo menos os dois querem o mar!
Os dois querem amar.