quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Eu lhe perdoo a tolice.

   Hoje presenciei uma cena atípica. Vi um beija-flor encantado por uma lâmpada acesa; tão encantado a ponto de quase perder a cabeça por ela.
   O mais natural seria ele se encantar por uma flor, mas não, ele estava apaixonado pela lâmpada, estava quase a morrer de amores por ela. Se não morresse de amores, iria morrer de dores de tanto que bateu cabeça.
   Mas, o mais engraçado aconteceu quando as luzes foram apagadas que o beija-flor sem saber onde sua desejada se encontrava gastou todas as suas energias a procurando por todos os cantos e espaços daquele teto. E depois caiu. Caiu atrás da porta fatigado por ter perdido o seu amor. Caiu achando que ela com dó dele retornaria em presença luminosa.
   Eu observava tudo com dois homens; um desses homens seguiu em direção ao pobre beija-flor com o cuidado das flores desprezadas por este e o apanhou delicadamente em suas mãos e o entregou a natureza; como quem diz: "Voa! Eu lhe perdoo a tolice".
   Acho que tenho um pouco desse beija-flor; a teimosia do querer não permite que eu fuja do meu desenganado amor. Acho que sou total esse beija-flor pois vivo a bater a cabeça, vivo para morrer de amores.
   Mas não encontro mais forças em mim nem em meu amor, não possuo mais forças para insistir sofrendo da cabeça e matando o coração. Para que eu me torne de fato um beija-flor falta que eu voe e falta quem me perdoe a tolice.

2 comentários:

  1. Coisa linda seu blog e suas palavras Jéssica!

    Um beijooo!

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  2. Nossa! Hoje deve realmente ser meu dia, abri o comentário achando ser de uma amiga é da Sil.. Muita honra!!

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