sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Menino de mentira

Estava pensando em falar a verdade para o amor. Talvez ele queira somente a verdade ou talvez eu deva esconder algumas coisas dele. Não precisa dizer que aquela barba falhada não é nada sexy e não o deixa nada atraente; ele gosta, deixa ele se sentir um pouco mais maduro, enquanto isso meu amor amadurece e aprende a aceitar e dividir meus gostos e os gostos dele. Ele também não precisa dizer que minhas unhas roídas me fazem parecer uma garotinha. Tudo o que uma mulher quer é ser mulher. Às vezes pode até ser bom ser um pouco Pinóquio, na verdade às vezes é bom não revelar tudo, pois quando se conhece demais algo, isto deixa de ser interessante e então o desejo de ver, sentir e ter acaba.

Meu coração se perdeu
no labirinto do seu amor
Hoje sou um corpo sem órgãos
sem veias, sem sangue, sem vida
Virei Pinóquio invertido
Um menino de mentira

De tanto falar a verdade
meu coração diminuiu
até se perder
E eu virei de madeira
mas mesmo assim
Eu amo você

Estou com medo de diminuir
e depois desaparecer
E sair deste mundo
que você desenhou
para a gente viver
E perder esse amor 
que um dia prometi a você

De tanto falar a verdade
meu coração diminuiu
até se perder
E eu virei de madeira
mas mesmo assim
Eu amo você

Não quero ser boneco
e não ter a vida ao seu lado
Quero que me salve dessa sina
Quero ser seu namorado
me traga de volta a vida
Vamos faça um pedido
A essa estrela que passa agora
porque pro nosso amor chegou a hora

 
De tanto falar a verdade
meu coração diminuiu
até se perder
E eu virei de madeira
mas mesmo assim
Eu amo você


 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Um mês e meio, quase dois.

Quando escrevi esse poema, pensei que ele dispensasse qualquer tipo de introdução, porque na verdade ele vem carregado de uma introdução sobre o meu amor; ainda nascente, mas já tão grande, dominador e perturbador quanto qualquer outro. Mas depois que o coloquei na tela, no rascunho do blog, vi quanta coisa ainda falta nele, quanta lacuna a ser preenchida, quanto amor a ser amado. Mas é claro que ainda falta muita coisa! É um amor de um mês e meio, quase dois, falta tudo ainda. Hoje, por exemplo, falta você aqui do meu lado com todas as suas chatices e manhas. Mas já vivemos tanta coisa nesse pouco tempo, parece até que cada dia foi se estendendo em milhares de horas para se estenderem também nossos sorrisos. Resumo da obra, eu amo de novo e estou inteira apaixonada.

Não sei como a gente consegue
brigar num dia e no outro se amar
E a gente se ama mesmo
E as palavras se misturam
com suores e beijos
E você quer nos esconder dos outros
não quer que saibam de nós
Que saibam
que o nosso não amor daquela festa
Hoje é um grande amor!
Já faz um mês e meio, quase dois
que eu só te amo
que eu só te beijo
E eu nem queria me apaixonar
porque você às vezes é tão estranho
maluco e confuso
Às vezes você não me quer
Imagina só!
Mas me apaixonei porque
você é um mimado irritante
Mas você é de verdade.
Já faz um mês e meio, quase dois
E eu não me canso
de me empolgar com o seu amor
Nesse tempo descobri
que te amar é
esperar você ficar pronto para o amor
E eu estou aqui pronta
esperando realizar
as bobagens verdadeiras
que eu grito:
Eu te amo!
E ainda faz um mês e meio, quase dois.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Mais um dia comum

   Estava indo para a faculdade hoje como faço sempre. Peguei meu livro, um qualquer, que está sempre na minha bolsa para me aliviar em momentos em que me sinto sozinha.
   Entrei na van e com a fila que se formou atrás de mim, fui jogada para um banco do fundo. Livro no colo e os olhos desviavam vez ou outra. Sabe como é mulher né... Curiosa, repara em tudo e em todos o tempo todo. Numa dessas olhadas, vi um carinha da faculdade entrar. Distraído nos seus pensamentos e planejamentos não reparou em muita coisa à sua volta. Olhava para todos os lados tentando apressar o caminho da chegada ao seu ponto.
   No ponto seguinte, entra uma menina, também da faculdade. Com seu shortinho que tenta amenizar o calor e com sua blusa frente única que deixa à mostra as costas para todos olharem e desejarem, sentou-se ao lado dele e soltou os cabelos que estavam presos com os próprios cabelos.
   A cena foi digna de cinema americano. Fechei meu livro e não tirei mais os olhos daqueles movimentos vibrantes dos corpos que estavam à minha frente. Eu me senti integrada à alguns daqueles romances que tenho o costume de ler, nos quais o autor faz questão de contar detalhadamente uma cena tão simples que pelas palavras que a louvam, torna-se a top 5 das cenas mais desejadas.
   O carinha, que tentava apressar sua ida, ia aos poucos tentando retardar o tempo e o caminho para melhor conservar aquele momento. O vento forte, que entrava pela janela, jogava os longos cabelos claros dela sobre o ombro dele. E o olhar desviado para a janela via quanto aqueles cabelos se confundiam com os reflexos luminosos do sol. E o rapaz tentava sequestrar para si aqueles cabelos. Na esperança de sequestrar também os braços, as pernas, o sorriso e os sonhos e planos que aquele ser carregava. E eu até pude ver as cenas que se passavam na cabeça dele. Eu já estava lendo pensamentos, como se eu fosse o narrador onisciente daquele romance.
   E me aventurei em compor a história sem perceber que apenas eu reparara naquilo e que aqueles movimentos deles não passavam de frutos da minha imaginação. Talvez ele até estivesse incomodado com aqueles cabelos chicoteando seu ombro. Mas como eu resolvi criar essa história, a faço como achar que ela merece ser contada e eu deixei de ler minha antologia poética do Drummond para me ligar a esse romance . Então, ela vai continuar desse jeito.
   Alguns pontos mais a frente, todos descemos da van. Ela saiu na frente, ele atrás e eu era a última no caminho. Ela, abraçada aos livros, se desmanchava em sorrisos, enquanto o vento ainda apaixonado por ela sacudia seus cabelos. Ele ia atrás planejando como se aproximar, como tê-la novamente tão perto. Eu era uma detetive, seguia os dois atentamente.
   Alguns passos mais a frente, cada um seguiu um caminho e eu logo pensei que meu romance terminaria ali. Segui para meu almoço com a cabeça nos dois. Entre garfadas e goles, planejava como terminar meu romance. Parei de comer diversas vezes. Olhei para o chão, para o teto, para o ventilador girando, para o saleiro e olhei para frente. Descobri que eles pegaram caminhos distintos para me despistar, eles notaram que estavam sendo seguidos. Acho que não cou boa detetive! Fugiram de mim e mais a frente se encontraram de frente, em meio a sorrisos e declarações. Se beijaram e se desejaram naquele amor inventado.
   Terminei meu almoço. Peguei meu caderno, um que é cheio de flores, corações e chinelos na capa, e contei a história a meu modo. Pretendo publicar no blog ainda hoje, enquanto acho que a história vale a pena. Ah! Vou mandar o romance para ele, eu o conheço de  vista, mas vou ficar devendo a ela. Nunca a vi e nem lembro do rosto. Melhor, assim meu personagem principal pode completar a cena com quem ele achar melhor.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Encanto de olhar

"Quando te vi passar fiquei paralisado
Tremi até o chão como um terremoto no Japão
Um vento, um tufão
Uma batedeira sem botão
Foi assim viu
Me vi na sua mão"
                                                  (Pra sonhar - Marcelo Jeneci)

É mais ou menos isso que transmiti para esse poema, não sei se ele recebeu de mim todo o encanto que está petrificado no meu olhar desde o dia que encontrei o amor. Não sei se o poema fez questão de receber de mim o amor, se ele se apaixonou por mim à primeira vista ou se vai precisar que eu lhe dê atenção todos os dias, que o leia e o exalte como lindo, como santo, como amado. Mas o amor não é lindo, não é santo e às vezes nem amado. É meu poema não vai poder esperar amor de mim, a não ser que ele resolva se apaixonar por mim e que nós compartilhemos o amor que ele traz em si e que eu dei para ele. Mas não sei se acredito fielmente em amor à primeira vista, mas se não é amor não sei mais o que há de ser. Sei que quando chega não cessa de querer se mostrar, de querer me ver, me tomar. Mas isso pode não ser amor, mas esse não amor, faz o meu amor parecer tão pobre e tão fraco, porque o não amor consegue me dominar, me acalmar, me ter nos braços e até mesmo no coração. E eu que sempre procurei por amor, hoje estou me rendendo ao não amor, me vendendo por uma felicidade que não se compra. E o meu amor se transforma em não amor só para garantir ficar perto de você. Você não quer amar, não passou pela sua cabeça poder se apaixonar à primeira vista. Mas você já está apaixonado.

A primeira vez que vi você
me apaixonei
Amor à primeira vista
Quis te ver mais outras vezes
E toda vez que te via
o meu corpo tremia
meus olhos congelavam 
E ...
"Todo eu era olhos e coração"*
Os olhos em você
e o coração pulando
tentanto movimentar o seu
E eu torcia para você
não ouvir as batidas
Porque dentro de mim
era um Olodum em pleno fevereiro
E meu rosto parecia pintura
Meu sorriso mais aberto paralisado
E meu olhar mais focado apaixonado
Então, eu reparei em você
vi que o amor à primeira vista
também te pegou
E essa sua cara de bobo
me pega e me deixa boba de amor
E esses olhos puros te entregam
Confessam que você abre mão de tudo
para sorrir comigo ou de mim
Você está sempre sorrindo!
E eu não sei a quantas vistas
dura esse amor
Sorte minha eu ser sua
a gente não ficar só no olhar
Que o meu amor se estenda
E você entenda
Que eu não posso mais sem você
É por você minha felicidade sem motivo
É você o motivo de tanta felicidade
Até mesmo longe
até mesmo com raiva
Eu lembro dos seus olhos
e eles me roubam o sorriso
e a satisfação
De encontrar à primeira vista 
o amor dos meus dias.

*Narrador Bentinho no romance Dom Casmurro de Machado de Assis.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Todo eu era sentimento de paixão

Nunca escrevi algo desse tipo. Sempre são os poemas de sempre, falando de amor e distribuindo mel a todos os lados. Hoje resolvi ser um pouco menos romântica e muito mais realista, resolvi falar sobre o amor carnal que na medida em que vai sendo consumido vai se transformando em amor sentimental. Pode ser influência de algumas coisas que tenho lido e também que tenho visto na vida, mas isso pouco importa. Só importa que continuo a falar de amor sempre na esperança de um dia vê-lo chegar até mim e me tomar e me levar para ser inteiramente amada, carnal e sentimentalmente. Esperança de ser engolida, que o outro ingula todos os meus movimentos e todas as minhas palavras e que transforme essa mistura de mim na vida que ele sempre sonhou e quis viver. Que ele deseje também ser devorado por mim e que essa troca de alimento, alimente a razão que não me permita viver sem o amor do meu outro.Que eu não possa viver sem amor.


É pele, é corpo, é alma
É minha desilusão fora de casa
É você quem arromba minha porta
A qualquer hora para me ter
É imenso o meu desejo por você

Quero amor no seu amor
E a satisfação
No prazer mesmo com dor
sinto paixão
Suas mãos em volta do meu corpo
calam minha voz
Só com gemidos e respirações
E estamos sós
Depois do amor, bem cansado 
você descansa
Cai num sono bem profundo feito criança
E eu te olho satisfeita de amor

É pele, é corpo, é alma
É minha paixão dentro de casa
É você quem tem a chave da minha porta
E a qualquer hora entra para me ter
É imenso o meu amor por você.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Dia a dia lado a lado

   Faz dezoito dias que o conheci, mas parece que você sempre fez parte dos meus dias. Faz dezoito dias que não o vejo e parece que já faz tanto tempo. Há um tempo atrás, eu pensava que os dias estavam passando rápido demais. Mal o sol nascia e já era hora de me despedir dele e ir deitar minha cabeça no travesseiro para apressar sua volta. Mas os últimos dezoito dias demoraram um milênio para passar, tempo que fez meu coração se desmontar e se remontar para bater por você.
   Sinto que há, não sei em qual fio da vida, uma emenda que liga meu caminho ao seu. Sinto, não sei se com o coração ou com os pulmões, você entrar e sair da minha vida. O coração dispara, palpita, para, bate novamente e teimosas vezes por você, já meus pulmões não controlam minha respiração, e ofegante rastejo dentro de meus pensamentos e vontades, buscando o ar, soltar o ar, inspirar o ar novamente, só para garantir viver, só para garantir que em breve vou tornar a (vi)vê-lo.
   E você também sente todas essas mil loucuras e sonha, planeja, conta os dias para o dia do reencontro chegar logo. E tenta me esquecer um pouco só para não passar a impressão de que está muito interessado. Mas você está. Já nem consegue disfarçar no sorriso, no modo de se vestir, no jeito de andar. Sinto que nós dois fomos envolvidos pelo encanto da paixão e estamos em uma corda bamba à quinze metros de altura, qualquer vacilo pode ser fatal. Uma pisada em falso, um olhar distraído pode acabar com a magia alegre de se apaixonar.
   Mas, você e nem eu queremos isso. Queremos contar mais dezoito dias, mas que dessa vez sejam lado a lado. E você pode até enfim aceitar as pessoas o apontarem na rua só porque você anda a sorrir e a fazer planos. E você pode apontar o caminho que quer comigo, que eu nem vou querer saber do atalho.
   No fundo, eu quero mesmo é poder descartar essa saudade. Quero dezoito dias inteiros aos seu lado. Quero enjoar de jamais enjoar de estar com você. Quero um quarto com cimento nas portas e apenas uma janela virada para o sol, só para contar cada amanhecer com você e pela minha janela vai entrar toda luz que sempre esteve à nossa frente. E eu posso, às vezes, até fechar minha janela, só para perder a noção da hora, só para perder a noção dos dias e começar de novo a contar meus dezoito dias com você.
   Nem voz eu tenho mais para gritar por você, porque vivi a repetir nossa história aos quatro ventos e para toda gente. Sabe como essa gente é curiosa, querem saber de tudo, de todos os detalhes. E eu contava orgulhosa por estar me apaixonando ou já apaixonada talvez. E você precisava ver minha cara de boba ao falar daquele dia em que me pintei de vermelha de tão sem graça que fiquei por causa da sua presença e de suas palavras. O sorriso me rouba o rosto só de lembrar, só para levar meu rosto a você e garantir que nunca vai me esquecer.
   E não vai esquecer mesmo. Porque esse amor à primeira vista quer ser visto de novo e de novo e por todo o mundo, por todos os olhares. Quer ser amor a todas as vidas, a todos os tempos. Quer ser amor. Quer ser o meu amor correspondido e amado todas às vezes que eu o vir. E eu virei a amá-lo e viverei a desejá-lo só para fingir que é só para preservar a minha pose de moça desejada. Só para fingir que me contento com apenas dezoito dias com você, quando na verdade sempre estarei recontando os dias, sempre recontando os passos, para garantir que seus passos sempre andarão junto com os meus.

sábado, 13 de outubro de 2012

Abraços, beijos... amor.

   Estava pensando nessa gente toda que passa a vida procurando por algo que nem eles mesmos sabem o que é. Todos, inclusive eu, costumamos dizer que é amor a coisa procurada. Que estamos sempre a postos no escuro munidos de uma lanterna procurando pelo outro com uma lanterna procurando por nós. Acho um exagero essa procura por amor e essa busca por lanterna.
   Os pessimistas não encontram o amor porque são pessimistas. Nunca se acham merecedores do tal sentimento nobre e bla bla bla. Já os otimistas se entregam e se acham imbatíveis quando o outro, aquele o amor, está por perto. E os momentos duram para sempre e a felicidade dura junto.
   Mas isso é para eles que já encontraram ou talvez desperdiçaram a presença do amor. Nem sempre é fácil perceber ele chegando, às vezes é tímido demais, amigo demais, outras vezes é declarado demais, amante demais. Mas é claro, existem sinais que ajudam a revelar o interesse de amar. Nem sempre dão certo porque a espécie humana tem medo, sobretudo do não. Todos temos medo de nos enganar, de entender tudo errado. Esperamos sempre pelo sim.
   Em alguns casos, para alguns sinais, você deseja guardar a sete chaves um momento, não por ser de um amor, mas porque aquele momento foi a epifania da sua vida e aquela doçura pode jamais se repetir. Aquele abraço que tentou recuperar tudo de bom que tinham vivido. Era a despedida implorando para ficar mais um pouco ou quem sabe até que o  mundo acabasse. O abraço que conservou todo aquele mistério do primeiro encontro, tentando conservar também aquela cena transformada em pintura posta na parede para que jamais deixasse de ser vista e que nunca pudesse ser esquecida. E esse era o desejo que saltava peito afora dos dois, tanto que os corpos se fizeram em tremor e o coração disparado sabia para qual destino havia de disparar, o colo do outro.
   Em momentos como esse, você tem a sensação de que parou no tempo e que o espaço a volta perdeu a vida. E só existe o abraço, os olhos cerrados levando o pensamento para bem longe dalí, talvez fosse a carona que tanto precisavam para encontrar de vez o amor e dessa vez sem lanterna. Estava claro e os dois enxergaram o amor se aproximar.
   Às vezes só é preciso dar a chance do amor se aproximar e abrir bem os olhos para não deixar de sentir nenhum sintoma da doença amor. É também tentar se curar dessa doença todos os dias, utilizando dos antídotos mais fortes e poderosos. Não se cura do amor, se vive com ele e o alimenta para continuar se alimentando de vida. Só se prolonga a vida enquanto ele existe e se prolonga com beijos, sorrisos, abraços e se prolonga até perder a noção da hora e se perde a cabeça, se perde as roupas. Se perde nessa busca de felicidade depois que encontra o amor.
   E não há mais escuridão, não é mais necessário lanterna, não existe mais pessimismo e otimismo quando o amor chega, porque ele chega alterando tudo e mostrando que veio para ficar e se instaurar nos corações que sempre lutaram para ser alvo do sentimento santo. E a vida passa a ser mais bonita, cheia de cores e em 3D, a melhor imagem congelada para durar, depois derreter e congelar de novo, transformando em infinito o ciclo de amar.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Poema do outro

Pensei no que escreveria como descrição para esse poema, mas ainda não descobri como fazê-lo.. Às vezes parece tão simples, por ser um poema simples, falando de algo tão simples, talvez tenha sido essa simplicidade que me levou a escrever dessa maneira e expressar, de forma simples, a simplicidade dos sentimentos e das relações humanas. Digo apenas que foi simples e puro o momento de me criar humana para permitir minha relação com você. Que a nossa relação humana esteja apenas começando e mereça completar muitos anos de vida. Que tudo tenha sido entendido. Simples assim!
 
Você me pediu um poema
mas não disse se era de amor
Vou falar do seu sorriso
que muito me encantou
É sorriso de gente séria
de gente que sabe o que quer
É o sorriso mais bonito
aos olhos de uma mulher
Posso falar do seu humor
que mexeu com a minha alegria
Se esse poema não fosse para você
Para quem mais seria?
E quando suas mãos cismaram de me tocar
você viu minha reação
Fiquei sem voz para falar
quente feito um vulcão
Ainda teve aquela hora
em que você falou no meu ouvido
Nem sei quais foram as palavras
se eu te amo, eu duvido
Mas de que mesmo é esse poema
você só disse que queria
Nos seus olhos descobri
o que eu ainda não sabia
Lembrar de tudo para fazer verso
me deixou com uma saudade
mas hoje eu não conto
vou ficar só na vontade.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Vida a dois

Pode ser que os amores sejam esquecidos, pode ser que as lembranças sejam o que restou do amor. Mas também pode ser que o amor queira se lembrar todos os dias de como é amar, pode ser que todo esforço para conquistar um sorriso ou um olhar signifique estar constantemente amando.

Ainda lembro
Daqueles seus olhos silenciosos
que me diziam mais de mil
palavras gentis
Mas que gente é essa
que vê a felicidade passar
E olha nos olhos sorridentes
E finge não enxergar amor
E até quando o silêncio
vai me impedir de tocar sua boca
Eu te disse que essa brincadeira
de estátua não podia durar
Mas você nem me ouviu
e continuou parado,
bestificado sem encarar meu olhar
E aquela história de trocar sorrisos
Eu troco toda a minha riqueza
pelo seu sorriso encantado
E troco olhares, troco beijos,
troco as pernas, as roupas
Troco meu nome
Troco até de endereço
Só pra você me mostrar todos os dias
o seu sorriso aberto
E eu vou escancarar
minhas portas e janelas
pra não perder nenhuma brecha
do seu sorriso alegre
E você vai ver
que o meu olhar apaixonado
vai me guiar até você
E eu posso até me perder
mas não vou nunca te esquecer.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Debruçada sobre um poço qualquer

    Algumas vezes já direcionei meus maiores sonhos para amuletos de sorte, os quais na verdade se tivessem alguma sorte seriam qualquer outra coisa, menos a esperança final aos olhos de um ser desesperado. Na maioria das vezes meu pedido era o mesmo; era um suspiro desacreditado de amor. Mesmo desacreditando, os inúmeros amuletos nos quais eu me prendia impediam o amor de me encontrar desacorrentada e pronta para segurá-lo.
    Por muito tempo, as estrelas cadentes guardaram muitos dos meus segredos  e desejos. Daqueles desejos que eu fazia com os olhos cheios de lágrimas, com o coração quase inexistente e a voz trêmula implorando aquele consentimento de amor. Sempre acreditei que elas pudessem fazer alguma coisa por mim, pedi coisas que até hoje não aconteceram. Pedi, repetidas vezes, que elas me presenteassem com o sorriso mais feliz que jamais existiu e que meus olhos se fizessem um deserto sem lágrimas.
    A verdade é que esse tal sorriso continua sem existir para mim e para o mundo. E, é claro, todo deserto já passou por uma inundação, nem que fosse apenas em uma miragem. Porque é só miragem que se tem quando o desespero toma conta da razão, apenas imagens disfarçadas de realidade. E a vida vira uma contemplação de mentiras, uma sucessão de faz-de-conta. E como miragem  vejo todos os meus sonhos se realizarem e eu completa de felicidade fora de mim, longe do meu corpo, observando de longe. Como quem admira a felicidade dos outros em um parque qualquer.
    Meu último suspiro pelo tal amor veio quando me vi debruçada sobre um poço qualquer de desejos. Neste instante, naquele silêncio diante do poço, da minha moeda e dos meus pensamentos, resolvi gritar por mim e me desapegar de toda sorte que estivesse por chegar e de todo amor que já existisse em mim. E diante de mim, da minha face refletida na vibrante água daquele poço, pensei em pedir amor, mas olhei para minha moeda e vi que eu precisava mais dela. Estive tanto tempo gritando por amor, amor, que esqueci do que realmente precisava. Hoje eu preciso de mim e preciso colecionar moedas, porque o amor pode esperar. Já esperei tanto por ele.
    Então dei as costas para o poço e para toda crença que prende minha felicidade em um desejo. Finalmente, dei as costas para o amor que sempre deu as costas para mim. Agora vou vê-lo sentir na pele o que é ter seu desejo negado e seu coração rejeitado. O amor para ver meu sorriso outra vez vai ter de chorar um rio de lágrimas. Vai precisar de muito mais do que apenas se fantasiar de amor, vai precisar se fantasiar de felicidade até se transformar em vida . Vai ser um completo carnaval. Vai precisar provar para mim que eu errei ao abrir mão da sorte e que eu vivi a sonegar o amor. Vai precisar me mostrar que sempre tive amor de mais, mas registrei o que o amor tinha de menos. E ele foi ficando cada vez mais com menos de mim.
    Estou me sentindo tão leve, embora essa descrença me leve a uma identidade que desconheço e sempre fugi. Mas hoje já acho muito bom fugir um pouco desse sentimento santificado por todos os mandamentos. Esse amor var ter de batalhar muito para poder me olhar de frente outra vez, porque eu aprendi que minha felicidade é livre de desejos e que dá sim para viver sem esse amor, que sempre esperei a sorte me trazer. Sorte minha ele nunca chegar.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

"E se Deus não dá"

"Deus dará, deus dará". Por esperar ainda algo de Deus é que começo com este verso de Partido Alto. Deus dará quando? Deus dará o quê? Não que eu só espere de Deus e nada faça, mesmo porque minha vida não andaria nem para trás se eu não fizesse algo por ela. Mas já estou cansando de ser sempre eu lutando por mim, lutando por vida, o Todo Poderoso podia me dar uma forcinha e diminuir um pouquinho as promessas. Não estou reclamando, longe de mim. É que já são muitos anos insistindo nos mesmos pedidos e seguindo com as mesmas armas da felicidade. Mas elas quase nunca apontam para mim, pelo menos não as que quero.


Nem eu sou capaz
de entender o que aconteceu comigo
Não sei quando me tornei
tão amarga, tão descrente
Tão desapegada de mim
Não sei quando me perdi
Não quero me lembrar por onde andei
nem das coisas que vivi
Não lembro quando me tornei tão só
Sem um cúmplice, um colo, um amigo
Tão só num espaço tão imenso
que faz eu me sentir cada vez
menor
Quando foi que os meus sonhos
se perderam de mim
ou quando que perdi as esperanças neles
Não sei... Sei que ando
tão confusa, desamparada
Ando tão triste, tão sozinha por aí
Sem um grito de guerra
Sem um silêncio de paz
Sem um Mosqueteiro por mim.

                    

                                    "eu já tô de saco cheio"

"Me explica com que cara eu vou sair"

Quando fico pronta
tranco logo a casa pra sair
Na rua vejo todos os seus movimentos
e me movimento ao seu redor
Parece uma dança
essa minha mania de tentar lhe encantar
Dos meus cabelos molhados
sai o cheiro de quando nos amamos
no chuveiro
Sei que você logo imagina
repetir esse amor
Como quem repete a sobremesa
Eu finjo nem ligar
Só aprecio a delícia que é o vento
secando meus cabelos
A sua cara de bobo me querendo
faz graça para toda rua
E todos os olhares sabem
que eu só posso ser sua.


                          Vamos voltar para casa,
                     meus cabelos já estão quase secos.

Eu queria querer-te amar o amor

Engraçado, mas em muitas situações da vida eu paro e imagino que elas não são reais, talvez porque eu não as queira como reais. E faço como quando num sonho ruim no qual se quer acordar e a gente força para que aquele tormento acabe. Forço repetidas vezes para me acordar da vida, porque ela não me serve para nada além de me fazer desejar sempre viver um sonho.


Queria acordar desse sonho
despertando em você
todos os sentimentos por mim
Queria que você me queresse
Querendo me ter completa
completanto todo o espaço em você
Queria dormir no seu colo
Dormir com você
ou ficar acordada ao seu lado
até o amanhecer
Queria que você me procurasse mais
e não pudesse mais viver sem mim
Que nossos dias voltassem a se cruzar
Que voltássemos a nos amar
em uma noite que não tivesse fim.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

"Chegou a dizê-lo com os olhos"

   Há tempos venho buscando escrever algo que pulasse para fora do coração. Tentei diversas vezes, mas só conseguia escrever as coisas de sempre, dizendo o de sempre e comungando muito pouco com a minha verdade, ou seja, a verdade do meu momento. Por mais que eu começasse a escrever alguma coisa por algum motivo, eu me perdia em outras mil coisas somadas a outros mil motivos. Hoje não! Hoje tive apenas um motivo e não fugi dele e nem quero. Parece até que ele continua a rondar meus pensamentos querendo muito mais de mim. Ele terá, com certeza!
   Após escrever, li repetidas vezes tentando dar sentindo e completar o sentido das cenas que rodavam na minha cabeça. Pensei em muitas coisas, dentre elas, pensei em Gal, na verdade, pensei ouví-la sussurrar no meu ouvido Simples Carinho e ela fez isso várias vezes.
"Se o sonho acabou, não sei, meu amor
Nem quero saber
Só sei que ontem à noite
Sorrindo acordada
Sonhei com você"
  Enfim, não existe nada mais verdadeiro que expressar o sentimento de amor. Seja pelo amor, seja pela arte. Apresento então minha expressão pelos dois.

Olhos fechados para ver você
Há tanto tempo que sonho com seus olhos
Sonho em lhe encontrar
e poder me entregar de olhos bem abertos
para poder acreditar que é mesmo você
que sempre esteve nos meus sonhos...

Quero olhar cada pedaço de você
e tocar meus olhos
Para saber que não estou sonhando.

Seus olhos nos meus,
suas mãos nas minhas,
E eu nunca mais lhe perco de vista
nunca mais me perco de você
Nunca mais deixo você se perder.

Agora, vou fechar os olhos
para ver você me olhando
para ver você sorrindo.
Vou fechar os olhos para sonhar com você.


                                            Vou dormir. Boa noite amor!

Amor enfim esquecido

   O amor tem muitos mistérios ou ele pensa ter muitos. A paixão só é grande quando acaba, só se morre de amores quando o amor já está morto. Só se pensa no que se pode fazer depois que já fez tudo errado.
   Há um tempo atrás, conheci um rapaz e me apaixonei, um namoro precoce. Éramos apenas duas crianças brincando de se apaixonar. O fato é que o namoro durou um mês e o meu amor, acho que ainda cresce.
   Após amá-lo essa vez, o amei por tantas outras e por muitos outros dias e dias seguidos. Declarei esse amor também, mas acho que ele já havia amadurecido o suficiente para parar de brincar de se apaixonar por mim.
   Namorei outras vezes, me apaixonei por outras pessoas, mas sempre que uma ou outra coisa acabava, tinha vontade de amá-lo outra vez. E o amava. Também só o amava porque amava de longe, pois eu não saberia amá-lo de tão perto.
   O não saber se pode dar certo que me faz amá-lo tanto e também o saber que só o quero meu distante de mim. Saber que quando ele está por perto, até repulsa eu sinto. Fico com raiva de mim por ter desperdiçado tanto tempo e tanto amor. Ele nunca mereceu!
   Mas basta vê-lo, ouvir sua voz, tê-lo por pouco tempo tão perto para confabular a mais insistente história de amor. Mas isso é um desejo meu, pois eu quis conhecê-lo e depois disso nunca mais o esqueci. Só acho que se eu o conhecesse mesmo, saberia amá-lo, saberia ter o seu amor.
   Engraçado, mas eu sempre sei o que ele vai me responder, ou eu o conheço muito ou ele é bastante previsível. Acho que é isso!
   Nem me importo com esse amor, o que me incomoda mesmo é o querer estar com ele. Sinto que sou uma descontrolada, ele nunca mais me quis e isso só aumenta minha vontade de ser dele. Às vezes penso que tudo poderia ser diferente se eu não tivesse me apaixonado tanto ou se o namoro tivesse realmente acontecido.
   O não acontecer me esgota de vontade de acontecer e eu não sei mais engabelar esse desejo. Eu também ja estou insistindo que aconteça. Estou gritando mesmo! Mas o mundo real me afasta quanto pode esse capricho e desestimula quanto pode esse amor.
   Não acredito que ainda possa tê-lo novamente. E, acho que ele já sofreu demais para me amar de novo ou será que me amou demais para sofrer de novo. Nem sei mais, mas ele sabe o que é melhor para ele. Talvez seja me ter bem longe, melhor que ele nem me tenha.

sábado, 23 de junho de 2012

Contento-me com pouco amor

   Fazia tempo que não sentia o salgado gosto de minhas lágrimas, não por andar muito feliz é que não tinha alguém que me fizesse sofrer. É verdade que continuo sem alguém; sem alguém exclusivamente e, como não sei viver uma amor compartilhado, me recolho ao saber da exclusividade que meu amor oferece a outros amores.
   Não sei que mal fez para me encantar por ele, nem se ele é mau ou me faz mal. Sei que ele parece desorientado na vida, nas escolhas e em sua coleção de amores. Mas, todas as vezes que ele se perde, tenta se achar em mim, em toda exclusividade que compartilhou comigo. Isso parece lindo, ser o ponto onde ele se encontra. Só que hoje para mim isso já parece muito pouco e nada atraente. - Olha o meu senso de exclusividade gritando!- Hoje estou querendo um pouco mais dele e muito dele só para mim.
   Ele diz que exclusividade se conquista com o tempo, mas penso que tempo não é justificativa para não se tornar exclusivo. Ele vive me dizendo que me ama e que eu preciso dar tempo ao tempo, só que eu nem sei se tenho mais tempo e talvez nem queira mais que ele me queira. Não sei controlar o tempo o que tenho para dar é meu exclusivo amor. Também não sei controlar o amor por isso o tornei exclusivo para alguém que só o comunga compartilhando.
   Andei pensando e acho que nosso problema não é de tempo, de compartilhamento, nem de exclusividade, talvez também não seja de amor, mas com certeza tem algum parentesco com prioridade. Na verdade na falta dela. É acho que o problema deve mesmo ser esse. Priorizei dedicar-me a uma pessoa que não queria meus encantos, meus carinhos, ou seja, escolhi a pessoa errada. Já ele priorizou cativar olhares, amores, sem jamais se bastar ao único. Talvez ele que estivesse certo fazendo isso! Nunca se aborrecer por amor, nunca se contentar com pouco amor. Pouco a pouco a diversidade em que ele se entregou se transformou no mais único amor.
   Não posso jamais culpá-lo por não amar ou por não me amar. Ele me amou também e de um jeito único o qual não quero que me amem novamente. Sou meio careta e prefiro tudo à moda antiga! Um amor exclusivo nos carinhos, nas atenções e é claro no amor.

terça-feira, 19 de junho de 2012

A falta do amor

Que amor poderá me achar
mesmo sozinho, sorrindo
no momento em que o amor está longe?

Que amor poderá me sorrir,
mesmo de longe, alegrias
no momento em que o amor está sozinho?

Que amor poderá me tocar
silenciosamente diante de tantos olhares
despertando invejosos desejos de amor?

Que amor poderá me tocar
no silêncio arrancando gritos
despertando invejosos desejos de paixão?

Que amor poderá me amar
sem comigo querer dividir os dias
diminuindo a duração dos meus sorrisos?
 
Que amor poderá comigo?
Que amor poderá me amar?
Acho que nenhum amor.

Capitu

Falsa ideia de sempre condenar Capitu, falsa ideia de sempre duvidar de seu amor por Bentinho. Falsa ideia das mulheres do mundo se negarem Capitu, quando na verdade todas possuem os encantos, os olhares, os desejos, as dissimulações dela. Todas querem ser Capitu, no fundo desejam ser fortemente encantadoras, fortemente fortes, desejam ser protagonistas fortes. Todas já se cansaram da fragilidade feminina que é sempre imposta. Querem ser Capitu, porque talvez Capitu seja o produto final de um somatório de tudo o que as mulheres sonham ser. Eu diria que, Capitu é a mulher completa.

Posso ser sua menina
Posso ser o que você quiser
A gente pode namorar no quintal
ou de ponta cabeça
Posso ser a chuva para que voce floresça
Posso inventar mil meios
para lhe deixar perto de mim
Posso dar para você um lindo jardim
Posso ser ressaca e também mansidão
Posso com meus olhos nunca mais lhe dar um não
Posso dissimulada simular meu amor
Ser Capitu sua mais linda flor.